sábado, 4 de setembro de 2010

ÁREA VERDE QUE SE TRANSFORMARÁ EM CONCRETO

Poucas são as áreas verdes nos centros das cidades, pois os projetos de urbanização anda na contra-mão da preservação do meio ambiente. Em Tianguá não é diferente, essa tendência errônea é seguida, fato observado nas ruas pouco arborizadas, nas praças em que as árvores são quase inexistentes.
O Bosque do Seminário (Convento) é a única área em que se pode visualizar exemplares da vegetação nativa de porte arbóreo que cobria o solo antes do grande crescimento que a cidade passou nos últimos trinta anos, no entanto, parte dessa área, que não é muito grande, foi loteada e está disponível para a transformação em área residencial, pois as árvores centenárias que lá se encontravam, já foram postas abaixo.
Não sei de quem foi a decisão de transformar um ambiente importantíssimo para a manutenção de um micro-clima favorável para o centro de Tianguá, onde já é possível sentir na pele os reflexos das mudanças climáticas, com aumento de temperatura. Mas o fato é que os remanescentes da Mata Atlântica ali presente correm risco de serem todos apenas uma boa lembraça de uma Tianguá com sombra.

TEXTO ACIMA: José Orlando L. de Souza/Blog: questionetambem.blogspot.com

EM MATÉRIAS DIVULGADA PELO JORNAL DIÁRIO DO NORDESTE NO ANO PASSADO,
O bispo diocesano de Tianguá dom Francisco Javier Hernández Arnedo se defende alegando que, o que existia em 2006 era um projeto de construir em uma clareira existente no bosque, dando frente para Avenida Prefeito J. Nunes, a residência do bispo, como um acordo com a Secretaria Municipal de Agricultura e Meio Ambiente.

Naquela ocasião, foi do conhecimento do Ministério Público, que já havia emitido parecer favorável ao projeto. “Para a construção da residência seriam cortadas duas árvores. O projeto, porém, não se realizou”, diz Javier.
Sobre a venda de 11 lotes medindo 27m x 10m ao preço de R$ 50 mil, dom Javier Hernández afirma que a Diocese apenas utilizou uma faixa de terra limpa, ao fundo do bosque, para construir moradias, permitindo proteger o bosque da invasão de marginais.
“Antes era muito comum a Polícia chegar aqui na Diocese e pedir autorização para adentrar no bosque à procura de marginais. Por isso, para atender a necessidades urgentes de sua sustentação, veio a idéia”. Nesta mesma faixa de terra hoje existe uma casa construída, que, segundo a Diocese, foi erguida em 1997, com recursos próprios da instituição religiosa. Hoje a casa é utilizada pelos jovens escoteiros.

“Nós colocamos a casa a serviço dos escoteiros dando ampla liberdade de usar o bosque, também com a permissão da Secretaria Municipal de Agricultura e Meio Ambiente”, disse o bispo.

O bispo também faz questão de esclarecer que jamais existiu briga entre Grupo de Escoteiros Dom Temóteo e a Diocese de Tianguá. “Nunca houve nenhum desentendimento entre escoteiros e Diocese, a idéia de construir a Trilha Ecológica do Convento foi decisão pessoal minha e não da Justiça. Utilizamos recursos da Obra Social Filantrópica da Diocese para implantar um projeto educativo”, diz Javier Hernández. Para a construção da trilha foram pagos R$ 18 mil e foi realizada pelo técnico ambientalista Sebastião Gomes Soares, funcionário do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama). A trilha está sem uso, mas existe projeto para ser usado pelo Grupo da Terceira Idade do município.

Com relação à informação dada pelo chefe dos escoteiros Reginaldo Vasconcelos de que “cerca de 20 homens chegaram aqui (na época) com serra elétrica, por volta das 4h da madrugada, para derrubar todas as árvores”, dom Javier volta a afirmar que “o corte era de duas árvores para a construção da residência do bispo”.

FONTE: diario do nordeste
OBS: VALE LEMBRAR QUE ESSA REPORTAGEM SAIU NO DIÁRIO DO NORDESTE NO ANO PASSADO, MAS FICA AQUI NOSSA PREOCUPAÇÃO. TIANGUÁ POSSUI UMA DAS MAIORES ÁREAS VERDES DO CEARÁ, E ESSE DESMATAMENTO É UM DESRESPEITO AO MEIO AMBIENTE E AO POVO TIANGUAENSE!!!

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