A Procuradoria dos Crimes contra a Administração Pública (Procap) continua nesta sexta-feira, 2, a colher depoimentos dos supostos envolvidos no esquema de fraudes de licitações investigado na operação Província II, da Polícia Federal. Os investigados estão escoltados por policiais. A imprensa não tem acesso ao local.
Ontem, foram interrogados pelos promotores Ricardo Rocha, Luiz Alcântara e Eloílson Landim, da Procuradoria de Combate aos Crimes Contra a Administração Pública (Procap), os seguintes acusados Antônia Daniele Gomes Nunes, Francisco Ferreira Pinto, Francisco Reginaldo Rodrigues Nunes, Maria Aparecida Ferreira Pinto, Raimundo de Aguiar Gomes e Sidney Rodrigo Fortuna.
Cinco pessoas, entre elas secretário de Cultura de Ibiapina, aguardam para prestar depoimento nesta manhã. Rodrigo Fortuna, sócio da empresa Viçosel Serviços, já foi ouvido na Procap.
A previsão é que todos os depoimentos relacionados ao caso terminem no decorrer desta sexta-feira, 2.
A Operação Província II, uma ação conjunta da Polícia Federal, Controladoria-Geral da União e Procap prendeu, na última quarta-feira 12 pessoas acusadas de envolvimento em fraudes de licitações em Ibiapina, São Benedito e Tianguá.
O esquema
Segundo o promotor Ricardo Rocha(FOTO), o dinheiro das licitações era dividido entre aqueles envolvidos no esquema. Muitas vezes, pessoal da comissão de licitação, servidores públicos e até prefeitos – como no caso de Senador Pompeu e Nova Russas, que tiveram presos os chefes do Executivo municipal.
"No caso de aluguel de veículos, que isso tem sido uma prática muito comum no interior: cria-se também uma empresa fraudulenta, que não tem um carro sequer, mas aluga carro dessas pessoas envolvidas na fraude e esses carros são pagos pelo município. Apenas usada como uma ponte para o recebimento do dinheiro público”, detalha.
Segundo ele, o esquema dos três municípios envolve uma quantia estimada em R$ 30 milhões, desviada em fraudes realizadas desde 2008, aproximadamente. A investigação, em rede com anteriores, envolvendo outros municípios do Ceará, começou no ano de 2009 e é considerada uma continuidade da inquirição que prendeu seis pessoas acusadas de participar de esquemas fraudulentos em Santana do Acaraú, em junho deste ano. “Porque essas empresas fraudulenteas, de uma forma ou de outra, têm relação com quase a metade dos municípios do estado do Ceará”, apontou Rocha.
Tanto é que dois dos doze presos provisórios são os filhos do ex-prefeito de Tianguá, Gilberto Moita: Vitor Moita e Gilberto Moita Filho, também detidos dois meses atrás. Gilberto, o pai, continua encarcerado, uma vez que foi decretada sua prisão preventiva, mas os filhos foram liberados logo após os depoimentos de junho, para colheita imediata de provas.
FONTES: DIÁRIO DO NORDESTE E JORNAL O POVO
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