O Nordeste foi a região que mais concentrou homicídios, totalizando 45%, de acordo com o Grupo Gay da Bahia (GGB), mais antiga organização de defesa de homossexuais do Brasil. No Ceará
o número não é tão alarmante: ao todo, foram seis homossexuais mortos
no estado. As causas foram diversas: por enforcamento, facadas e tiros. O
curioso é que alguns casos ocorreram em um quarto de motel.
O
GGB divulgou um levantamento, nesta quinta-feira (10), mostrando que
foram assassinados 338 integrantes brasileiros do chamado grupo LGBT
(lésbicas, gays, bissexuais e transexuais) somente no ano de 2012. O
dado representa um crescimento de 27% no número de homicídios na
comparação dom 2011 (266 casos). Desde 2005 (81 casos), o montante
avançou 317%.
Casos cearenses
Em
janeiro deste ano, um professor, 34 anos, foi encontrado morto num
motel no Bairro Genibaú, em Fortaleza. Em março, no município de
Tianguá, um travesti, 31 anos, foi morto com facadas.
No
mês de abril, houve dois assassinatos. O primeiro aconteceu em Eusébio,
com um travesti de 24 anos. O segundo foi em Jijoca de Jericoacoara,
quando um homem, 36 anos, foi encontrado morto em sua casa, com uma
facada no peito.
Os últimos casos
ocorreram em julho (quando um homem foi encontrado morto em um motel, no
município de Sobral) e dezembro (quando um rapaz de 18 anos foi
enforcado, em Maranguape).
Levantamento nacional
A
pesquisa apontou que o estado de São Paulo registrou o maior número
absoluto de assassinatos de homossexuais, com 45 casos, seguido de
Pernambuco, com 33, e Bahia, com 29. O levantamento, porém, aponta
Alagoas como o estado mais perigoso para integrantes do grupo LGBT, com
5,6 homicídios de homossexuais por grupo de 1 milhão de habitantes (18
casos no total), seguido por Paraíba, com 4,9 assassinatos por milhão de
habitantes (19 casos) e Piauí, com 4,7 mortes por milhão de habitantes
(15 casos).
De acordo com o
levantamento, em apenas 89 casos, dos 338, o autor do homicídio foi
identificado – e apenas 24 deles foram presos.
O estudo
O
levantamento, feito há três décadas com base em reportagens publicadas
em todo o país e informações coletadas por Organizações
Não-Governamentais (ONGs), inclui suicídios, casos em que as vítimas
foram confundidas com homossexuais e mortes de brasileiros no exterior.
Fonte: Jangadeiro Online