Um projeto de lei que garante a liberdade de expressão religiosa
quanto a questões envolvendo a sexualidade está sendo analisado na
Câmara dos Deputados. De acordo com a proposta, os líderes religiosos
poderão ensinar a doutrina professada pela sua igreja quanto à sexualidade, de acordo com os textos sagrados.
De
acordo com ex-deputado Professor Victório Galli (PMDB-MT), responsável
pela proposta, o objetivo da medida é assegurar o direito constitucional
de livre manifestação do pensamento. O temor é de que o projeto de lei
que criminaliza a homofobia (PLC 122/06, que tramita no Senado) possa
vir a prejudicar o ensino religioso de que o homossexualismo é pecado.
Segundo o autor, se o PLC for aprovado, o líder religioso que ensinar
que o homossexualismo é pecado correrá o risco de ser preso.
“O
cerceamento da liberdade de expressão durante a realização dos cultos
representaria interferência indevida do poder público na atividade das
igrejas, impedindo o pleno funcionamento dessas cerimônias e rituais
religiosos, em ostensiva violação do mandamento constitucional”, disse
Victório Galli.
Opiniões de líderes do Ceará
Para
o coordenador estadual da Rede Nacional de Religiões Afro Brasileiras e
Saúde (Reafro), Leno Farias, o projeto é um absurdo. “A homossexualidade é indiferente à religião.
A religião não fala no sexo da pessoa. As religiões africanas acreditam
em quatro sexos, por isso dão o direito de livre arbítrio, direito de
ter o sexo que acha conveniente e é respeitado. É respeito”, considerou.
Já
para o pastor Roberto Queiroz Gomes, a proposta dá liberdade de
expressão para os líderes abordarem o que a religião prega. “Seria um
paradoxo um pastor não pregar que a homossexualidade é condenável na bíblia.
A gente não precisa atacar as pessoas, não concordo com pessoas que
praticam qualquer tipo de violência. Cada um tem o direito de escolher o
que quer, ao mesmo tempo que temos opiniões políticas e esportivas,
temos direito de ter opinião religiosa. A homossexualidade fere o caráter de Deus, isso tem na bíblia. Deus ama cada pessoa, mas há um padrão moral que é a santidade, que abrange o aspecto da questão do corpo”, explicou.
Fonte: Jangadeiro Online