domingo, 9 de dezembro de 2012

RESTA APENAS A ESPERANÇA EM SECA DEVASTADORA NO CEARÁ

Quando a equipe do Diário do Nordeste visitou, em abril deste ano, nove municípios do semiárido cearense, a situação já era desesperadora. Sete meses depois, a reportagem refez o caminho pelo sertão cearenses e reencontrou os personagens do drama da falta de chuva neste ano no Estado, que já se transformou em uma das seis piores secas das últimas cinco décadas.

A expectativa em abril, por parte da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), era otimista, mas a estiagem se agravou. A média histórica, que é de 710,4 milímetros, compreendida no período de janeiro a maio, em 2012 foi apenas de 352,1 o que significou uma redução de 50,4 % nas chuvas. Entre o dia 1º de janeiro até 30 de novembro deste ano choveu apenas 430,3 em todo o Estado contra 908,8 milímetros da média histórica para esse mesmo período, representando um decréscimo de 52,7 %.
De acordo com a meteorologista Cláudia Rickes, a causa em geral da falta de chuva foi um conjunto de condições desfavoráveis, como o resfriamento do Oceano Atlântico que não favoreceu a formação de nuvens: "No Oceano Pacífico, a situação era de La Nina, o que poderia indicar uma quadra chuvosa dentro da normalidade, mas as outras situações como a do Atlântico não contribuíram".

Safra
Além do problema de abastecimento humano, a falta de chuvas causou ainda uma perda de "safra generalizada" no Estado. De acordo com o secretário do Desenvolvimento Agrário do Ceará (SDA), Nelson Martins, o total de perda, em média foi de 83% na agricultura de sequeiro, mas, em Municípios como Solonópole e São João do Jaguaribe, o prejuízo foi de 100%.
 
 Fonte: Diário do Nordeste