quinta-feira, 5 de junho de 2014

MESMO COM CHUVAS, SECA AINDA ATINGE 83% DOS MUNICÍPIOS CEARENSES


Apesar das chuvas, situação no Ceará ainda é preocupante (FOTO: Flickr/Otávio Nogueira)
Os anos de 2012 e 2013 foram marcados pela forte estiagem no Ceará. Animais mortos, vegetação seca e reservatórios esgotando-se. O cenário só apresentava sinais de piora que se agravavam à medida que o tempo passava. Porém, em 2014, aseca parece ter dado trégua, e a chuva finalmente chegou ao solo cearense.
Mesmo com as chuvas mais constantes neste ano, se comparadas ao mesmo período do ano passado, a situação do estado ainda é preocupante. Segundo o Ministério da Integração Nacional, 152 municípios cearenses estão em estado de emergência em razão da estiagem. Isso significa que 83% do Ceará ainda sofre com o problema.
Luiz Carlos Lima, que é presidente da Federação dos Trabalhadores Rurais, Agricultores e Agricultoras Familiares no Estado do Ceará (Fetraece), conhece o problema de perto. “O cenário de 2013, nesse período, era de muita desolação. Não havia pasto para os animais, nem produção. Hoje, isso melhorou consideravelmente. Mas não tem uma sustentabilidade a longo prazo”.
Reservatórios
E a falta de água no Ceará é evidente. Ricardo Adeodato, que é diretor da Companhia de Gestão de Recursos Hídricos do Ceará (Cogerh), confirmou que os reservatórios não estão com quantidade boa do líquido. Ao todo, são 99 açudes, sendo três com volume acima de 90%, o que é bom, e 96 com volumes inferiores a 30%, o que é lamentável.
“Não poderia ter melhorado. É consequência do terceiro ano de seca.. São chuvas abaixo da média e, em 2014, teve uma recarga incipiente. Isso tudo vem do baixo nível do sistema persistente depois de dois anos”, avaliou.
Mesmo assim, há algumas regiões que conseguiram se sobressair e armazenar um pouco mais de água, como a serra da Ibiapaba e a Região dos Inhamuns. “Trabalhamos para que não aconteça falta de água para consumo humano. Isso não pode faltar. Monitoramos no sistema e fazemos ações complementares para garantir o abastecimento difuso”.
A espera do segundo semestre também é agoniante, e a Cogerh tem de se desdobrar para garantir água, mesmo que ela não seja reposta pela falta de chuva. Enquanto o problema persiste, os cearenses esperam que em 2015 a situação melhore de vez.
Fonte: Tribuna do Ceará