Em Quixeramobim, a 220 quilômetros de Fortaleza, o maior açude da
cidade tem abastecido também dois municípios vizinhos e está com apenas
com 23% da capacidade total. O agricultor Antônio Freitas da Silva mora
há 35 anos no município e diz nunca ter visto uma época tão seca. Ele
plantou milho e feijão, mas lamenta a safra que foi praticamente toda
perdida. "Aqui na nossa localidade e nos vizinhos, foi muito pouca
chuva. Eu perdi 90% da plantação", afirma.
No Ceará, dos 184 municípios, 176 já decretaram situação de emergência.
O caso é mais grave na Região Jaguaribana e nos sertões dos Inhamuns e
Central, onde, segundo a Defesa Civil, moram dois milhões e meio de
pessoas.
Segundo a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos
(Funceme), em 2013, em todo Ceará, choveu 50% menos do que a média
histórica para a época, que é de 849 milímetros. Os agricultores dizem
que, em muitos locais, a água disponível para os animais deve acabar nos
próximos dias. "Se não tiver inverno, não tem como a gente ficar aqui.
Não tem água e, sem água, a gente não vive", diz a dona de casa
Lucinelda Alves.
Fonte: G1 CE