O curso de Medicina passará de 6 para 8 anos a partir de 2015. A mudança integra um pacote de medidas anunciado nesta segunda-feira (8) pela presidente Dilma Rousseff para ampliar a oferta de médicos no País e melhorar a formação dos profissionais.
Definida numa Medida Provisória, a ampliação deverá ser regulamentada pelo Conselho Nacional de Educação, em um prazo de 180 dias.
O programa, batizado de Mais Médicos, inclui ainda o recrutamento de profissionais estrangeiros
para trabalhar em áreas prioritárias, a abertura de 11.447 novas vagas
para graduação e outros 12.376 postos de especialização em áreas
consideradas prioritárias até 2017. O novo formato do curso de Medicina é
inspirado no modelo existente em países como Inglaterra e Suécia, diz o
Ministério da Saúde.
Estudantes passarão por um segundo ciclo
Concluído o curso de seis anos, o estudante passa para um segundo ciclo,
de dois anos, onde terá de atuar em serviços públicos de saúde. A
exigência do segundo ciclo será universal: tanto para estudantes de
instituições da rede pública quanto privada de ensino.
No período em que trabalharem nos serviços públicos de saúde,
estudantes receberão uma bolsa, financiada pelo Ministério da Saúde. Os
valores ainda não foram definidos. O governo calcula, no entanto, que
ela ficará entre o que é concedido para as residências médicas (R$ 2,9 mil mensais) e o que é pago para profissionais inscritos no Provab (R$ 8 mil).
No primeiro ano, estudantes vão atuar na rede de atenção básica. No segundo ano, o trabalho será feito nos serviços de urgência e emergência.
Os alunos continuarão vinculados à instituição de ensino onde foi feita
a graduação e, assim como ocorre com a residência, serão avaliados. A
carga horária ainda não foi definida.
Diploma após oito anos de formação
O aluno receberá o diploma somente depois de completar os oito anos
de formação. Só aí receberá a inscrição permanente. De acordo com o
Ministério da Saúde, o modelo proposto prevê que o profissional com
registro provisório, mesmo sem diploma, responderá caso cometa uma
infração ética ou erro no atendimento do paciente.
A criação do segundo ciclo não vai dispensar o internato, realizado
atualmente no quinto e sexto ano. Nesta etapa, o estudante não tem
autonomia. Durante o treinamento da segunda etapa, o estudante aos
poucos ganha mais autonomia.
Fonte: Diário do Nordeste