sábado, 10 de novembro de 2012

ALERTA: CEARÁ REGISTRA ALTA NO NÚMERO DE CASOS DE AIDS

Nos últimos 15 anos, o Ceará registrou crescimento considerável do número de casos de Aids. Com taxa de incidência da doença de 9,7 para cada grupo de 100 mil habitantes, o ano de 2011 aparece com o maior registro, até o momento, neste período, com 815 casos. Os dados são do último Informe Epidemiológico da doença, divulgados pela Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), e revelam também o aumento de casos entre heterossexuais.
Conforme o levantamento, o número de ocorrências de Aids no período de 1996 à 2011caracterizou-se por evolução lenta e progressiva, tendo destaque para grande incidência nos anos de 2003 e 2004. Em seguida, registrou-se um declínio até o ano de 2006 e, nos anos seguintes, novo crescimento, chegando a maior incidência no ano de 2011.

Na análise por categoria de exposição entre pessoas com 13 anos ou mais, tendo como principal forma de transmissão a sexual, a grande predominância dos casos está no grupo heterossexual, a partir do ano de 1997. Em 2011, foram 401 casos contra 119 em homossexuais, e 32 em bissexuais. Se levado em consideração os índices por cor, faixa etária e sexo, o boletim aponta que o perfil da doença se concentra mais em homens, pardos, e de 20 a 49 anos.

Embora a maior incidência tenha sido registrada no grupo heterossexual, Manoel Fonsêca, coordenador de Promoção e Proteção à Saúde da Sesa, revela que os números são superiores em virtude de ser uma população bem maior e que, de fato, a maior proporção de casos está no grupo de homens que fazem sexo com homens (HSH). "Essa ainda é a maior pendência. Muitos não se protegem", diz.

Sobre os casos na população em geral, Fonsêca afirma que a tendência, não apenas no Ceará, mas em todo o País, varia entre uma certa estabilização e um crescimento lento. Segundo explica, três componentes favorecem o aumento dos números: a interiorização da doença no Ceará, que indica a presença da doença em 98% dos municípios, a feminização da Aids, reflexo do comportamento das mulheres, que muitas vezes, por vulnerabilidade biológica, se sujeitam a relações sem preservativos e com homens que têm várias parceiras, e o aumento de relações sexuais na terceira idade, público em risco potencial pela prática sexual sem proteção.

Fonte: Diário do Nordeste