Um meteoro das perseidas fotografado sobre o VLT, instalação astronômica nos andes chilenos
Nem bem já nos desapegamos da “superlua” e temos novo espetáculo celeste: as perseidas, uma das mais famosas chuvas de meteoros anuais, atingem seu pico na próxima madrugada (terça para quarta-feira).
A má notícia para este ano é que o brilho da Lua promete atrapalhar a visualização das famosas estrelas cadentes. Ainda assim, há a expectativa de que os meteoros mais brilhantes sejam bem visíveis.
O nome da chuva é derivado da constelação de Perseu, de onde parecem emanar os meteoros. Eles são produzidos pela entrada na atmosfera terrestre de pequenos detritos do cometa Swift-Tuttle, astro que passa pelas redondezas do Sol a cada 133 anos. Quando nosso planeta cruza a órbita do cometa, em intervalos de 12 meses, encontra a nuvem de detritos deixada por ele.
A chuva é mais visível no hemisfério Norte, onde a constelação de Perseu aparece mais alta no céu. No nosso lado do equador também é possível vê-la, mas quanto mais para cima no mapa, melhor. Ou seja, as regiões Norte e Nordeste têm melhores condições do que as do Centro-Oeste, Sudeste e Sul.
A expectativa dos astrônomos é uma taxa de 34 a 60 meteoros por hora no Norte e no Nordeste. No Sudeste e no Centro-Oeste, as aparições são mais modestas — entre 6 e 10 meteoros por hora. E no Sul, não se pode esperar mais que 4 a 7 meteoros por hora.
COMO OBSERVAR
“Para ver uma chuva de meteoros, você só precisa dos seus olhos, uma cadeira de praia e motivação”, explica Hickel. “Não há região específica do céu a olhar. O ideal é procurar um lugar escuro, longe da poluição luminosa das grandes cidades, com o horizonte livre, e deitar-se em uma cadeira de praia, de modo a ver o máximo do céu possível.”
Quanto ao melhor horário para observar, há duas possibilidades. O astrônomo Cássio Leandro Barbosa, da Universidade do Vale do Paraíba, em São José dos Campos, sugere que uma primeira tentativa pode ser feita entre o anoitecer e o nascer da Lua, que acontece por volta das 19h. “Ela estará 85% iluminada, então vale a pena tentar fugir dela”, diz Barbosa.
Depois que nasce a Lua, tudo fica mais difícil, e uma nova tentativa só vale a pena após as 3h, quando Perseu já aponta no horizonte Norte. “Na alta madrugada a Lua estará no lado oposto ao do radiante e deve deixar as coisas menos ruins.”
Seja qual for o horário, Hickel destaca a importância da paciência na observação. “Não espere um show pirotécnico. Observe por pelo menos uma hora para ter chance de ver um número razoável de meteoros.”
E se, por acaso, o tempo não ajudar, você pode tentar observar até o dia 14 — ainda haverá alguns perseidas “retardatários” até lá.
Fonte: UOL