Nesta quinta-feira (13), Luiz Gonzaga completaria 100 anos se estivesse vivo.
Há 100 anos um nordestino, mais precisamente um pernambucano, nascia para marcar a cultura regional, principalmente quando se fala de música. Conhecido como o Rei do Baião, Luiz Gonzaga influencia, até hoje, vários cantores cearenses, como Waldonys.
“Ele costumava dizer que tinha uma banda pernambucana e outra cearense, ele ia sempre para o Crato comprar coisas mais elaboradas, como a sanfona”, conta o poeta e pesquisador Arievaldo Viana.
Ainda adolescente, Gonzaga comprou a primeira sanfona e iniciou a carreira musical. Compôs músicas, se apresentou para diversos público, fez uma história. “Desde pequeno ele sabia o que queria”, afirma. Semianalfabeto, Luiz se associou a grandes letristas, como o cearense advogado Humberto Teixeira e o pernambucano estudante de Medicina José Dantas.
Luiz teve a missão de levar para todo o Brasil a realidade de sua terra intrínseca às melodias. O xote e o xaxado, a partir daí, se popularizado. Inventor de harmonias, o músico também foi admirado por artistas como Dorival Caymmi, Gilberto Gil, Raul Seixas e Caetano Veloso.
“A música de Luiz Gonzaga inunda meus ouvidos desde que me entendo por gente, forte, autêntica, telúrica, atemporal! As primeiras músicas que me peguei cantarolando quando menino foram ‘Siri jogando bola’, ‘Forró de Mané Vito’ e ‘A letra I’. No meu entender de menino, aquilo já existia desde o começo das eras, estava no meu sangue e no DNA do povo nordestino”, diz Arievaldo.
O nome para o Ceará
A jornalista, que faz parte do Núcleo de Documentário da TV Assembleia, Ana Célia de Oliveira, ressaltou a importância do músico para o Ceará, mesmo sendo pernambucano. “No Cariri, animou festas e deixou admiradores. Se influenciou pelas bandas de pífanos, pelas cantorias de cegos nas feiras e pelas rezadeiras que cantavam os benditos nas igrejas do Exu e da região do Cariri. Seu pai, Januário, também fez muitas amizades no Ceará, amizades essas que Luiz Gonzaga valorizou ao longo da vida. Além disso, era devoto do fundador de Juazeiro do Norte, padre Cícero Romão Batista”, relembra.
Fonte: Jangadeiro Online