sexta-feira, 22 de agosto de 2014

HIV/AIDS: MORTES AUMENTAM 69% EM 10 ANOS MESMO COM OS REMÉDIOS

No princípio, era o fim. Quem recebia um diagnóstico positivo para o HIV não pensava mais em vida e sim em morte. Relata a enfermeira, Maria Juliana (nome fictício), ao lembrar o filho, Pedro, vítima da Aids nos anos 80. Com medo de preconceito, ela pediu para não ser identificada. "Apenas quero contribuir para alertar sobre essa epidemia que ainda leva muita gente para o isolamento social, que é o corredor do cemitério e à morte como certeza, deixando mães como eu, chorando a ida dos seus não pela doença, como também pelo forte estigma", emociona-se.
Maria afirma que ainda hoje o preconceito e a desinformação sobre o vírus e a doença levam à depressão e a exclusão das pessoas que tomam o coquetel e lutam para continuarem vivas. "Os números de casos e mortes são muito altos ainda", aponta.
E são mesmo. De acordo com os dados da Secretaria de Saúde do Ceará (Sesa), o Estado contabiliza 13,2 mil casos entre 1985 e 2013. Nesses 28 anos, foram 3,6 mil mortes. Uma média de 200 mortes anuais. E, pior. Nos últimos dez anos, entre 2003 e 2013, houve um aumento nos casos de óbitos de 69,9%. O total saltou de 204 para 346 no ano passado, sendo 234 homens e 122 mulheres.
Fonte: Diário do Nordeste