"Meu irmão foi morto e, há mais de dois anos, que esperamos por justiça e nada foi feito. Os assassinos continuam soltos e nossa família se sente insegura".O depoimento, em tom de tristeza e revolta, foi da dona de casa Antônia de Carvalho Arruda durante uma audiência pública realizada no Plenário da Câmara Municipal de Tianguá (335Km de Fortaleza). Durante o evento, organizado pela Ordem dos Advogados do Brasil Secção Ceará (OAB-CE), foi novamente discutido o precário funcionamento da Justiça no Interior, com a falta de juízes em diversas comarcas.
Na Serra da Ibiapaba, são cerca de 330 mil habitantes distribuídos pelos diversos municípios serranos e a falta de servidores do Judiciário causa transtornos para a população. Em Tianguá, Município com quase 70 mil habitantes, a Comarca possui três varas, além de um Juizado especial, que contam com apenas um juiz titular. Os outros dois são auxiliares e, apesar do empenho dos magistrados, os processos de acumulam.
A audiência pública contou com a presença do presidente da OAB, Valdetário Monteiro, do dirigente da Subseção da entidade na Ibiapaba, José Sales Neto; e dos três juízes da Comarca, Luiz Augusto de Vasconcelos, Cleiriane Lima Frota e Moisés Brisamar Freire, além de representantes da Câmara Municipal e das polícias Civil e Militar."Nossa estrutura é precária. Tianguá deveria ter sete juízes, mas tem apenas três", lamentou Moisés Brisamar. "Na maioria das comarcas, o juiz passou de mérito para juiz de urgência", afirmou Valdetário Monteiro. A juíza Cleiriane Frota defendeu a criação, em Tianguá, de uma comissão de debate do Judiciário.
FONTE: DIÁRIO DO NORDESTE
FONTE: DIÁRIO DO NORDESTE
