Foram dois anos de pesquisa e muito estudo para a criação do experimento (FOTO: Arquivo pessoal/Ricardo Fonseca)
Um gerador ecológico que produz energia em prédios foi criado por dois estudantes no interior do Ceará. A ideia surgiu em Juazeiro do Norte, a 535 quilômetros de Fortaleza. Gabriel Silva Siqueira e Wendell Martins, de apenas 18 anos, desenvolveram, sob a orientação do professor Ricardo Fonseca, um gerador de energia elétrica alimentado pela pressão exercida pela água em sistemas hidráulicos prediais.
Os dois são alunos do ensino médio integrado do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE), preocupados em achar uma solução para empregar de forma inteligente, e consciente, a água bombeada nos prédios. A proposta é utilizar a pressão da água para movimentar uma pequena turbina instalada dentro da tubulação principal, essa turbina é usada como gerador elétrico, para produzir energia a fim de alimentar alguns pontos do prédio.
“A água que passa pela tubulação que vem do reservatório tem muita pressão. Então é utilizada uma válvula para que essa pressão seja reduzida. Em uma palestra, eu pensei: ‘por que não aproveitar essa força desperdiçada gerando energia?’Tivemos a ideia de substituir essa válvula por um gerador”, explica o estudante do curso de Edificações, Wendell Martins.
(FOTO: Arquivo pessoal/Ricardo Fonseca)
Foram dois anos de estudo e pesquisa para a produção do gerador ecológico. E o detalhe: tudo é feito de forma voluntária. Na experiência, a válvula é trocada por uma turbina com uma hélice. Os alunos usam um alternador de carro para funcionar como gerador, atuando em um prédio de 40 andares. “Antes, foram feitos testes em um lava a jato e, em seguida, em uma rede hidráulica de um prédio”, comenta o professor Ricardo Fonseca.
Com o experimento, pode-se recuperar, pelo menos, 50% da energia desperdiçada, diminuindo a conta de água e de energia. “Em outras palavras, eles fizeram uma micro usina hidrelétrica dentro de um prédio”, comemora o orientador. Os gastos com o gerador ecológico ainda não podem ser contabilizados, mas se estima algo em torno de R$ 200.“Existem edifícios muito maiores que precisariam de vários redutores de pressão. Ainda não temos um custo total, porque depende muito do tipo de prédio”.
(FOTO: Arquivo pessoal/Ricardo Fonseca)
O projeto dos jovens já rendeu premiações, inclusive na Feira Internacional Mostratec, realizada no Rio Grande do Sul. Mas os ganhos vão além dos prêmios nas feiras. Segundo Wendell, a criação do projeto e a participação em eventos geram uma nova visão de mundo. “Depois que comecei a fazer o projeto, vi que queria trabalhar na área de pesquisa. A gente vai para essas feiras, é como se estivesse indo para um mundo novo. É muito inspirador”, conclui.
Fonte: Tribuna do Ceará