domingo, 8 de julho de 2012

TRANSTORNO OBSESSIVO COMPULSIVO (TOC): ESCLARECENDO A DOENÇA

É uma doença caracterizada pela presença de obsessões e compulsões que se apresentam de forma repetitiva, causando sofrimento à pessoa portadora. As obsessões se referem a pensamentos e idéias de conteúdo negativo (morte, azar, etc.) que se repetem, originando sofrimento e angústia sem que algo na realidade externa as explique.

As compulsões são comportamentos repetitivos que funcionam como resposta às obsessões e servem para aliviá-las (afastar o azar, evitar um acontecimento ruim). Esses pensamentos de caráter negativo invadem a mente da pessoa sem que ela tenha controle sobre eles. Para neutralizá-los, a pessoa se vê na necessidade de realizar uma série de rituais, como lavar as mãos, organizar objetos, contar em voz baixa, etc., na tenativa de evitar que se tornem realidade. Assim, o dia-a-dia de quem sofre desse transtorno passa a ser regulado em função dos rituais, consumindo tempo, energia e resultando em grande sofrimento e angústia.

É muito importante não confundir o TOC com algumas características de personalidade presentes em muitos de nós, como organização e perfeccionismo. Para que esse transtorno seja diagnosticado, esses elementos devem estar presentes em um nível muito elevado, prejudicando as relações sociais, o trabalho e o cotidiano de maneira geral.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), para que uma pessoa receba o diagnóstico de estar sofrendo de transtorno obsessivo-compulsivo, ela deve apresentar:

- Pensamentos, impulsos ou imagens recorrentes e persistentes que, em algum momento, são experimentados como intrusivos e inadequados, causando ansiedade ou sofrimento, não sendo meras preocupações excessivas com problemas da vida real.

As obsessões ou compulsões causam acentuado sofrimento, consomem tempo (tomam mais de 1 hora por dia) ou interferem significativamente na rotina, funcionamento ocupacional (ou acadêmico), atividades ou relacionamentos sociais habituais do indivíduo.

É importante que pais e educadores aprendam a identificar esses sintomas e sinais, já que as crianças nem sempre costumam verbalizar seus sentimentos. Deve-se estar atento à conduta de crianças e adolescentes e, frente a dúvidas, buscar o apoio de profissionais especializados.

A realização de um diagnóstico adequado é imprescindível em qualquer idade, uma vez que este transtorno pode estar associado a outras doenças, como depressão, ansiedade e problemas alimentares, que devem ser tratados em conjunto. O tratamento ocorre geralmente mediante a associação de terapia e novas medicações, e seus resultados vêm sendo positivos, principalmente em relação à notável diminuição dos sintomas.


Por Lila Rosana/Jangadeiro Online