Hoje (28 de abril) é comemorado o Dia da Caatinga, uma data para
destacar a importância de preservar um dos biomas mais ameaçados do
Brasil, pelo alto nível de desmatamento e baixa proteção. Reunindo os
dados oficiais disponíveis, que não são muito atualizados, sabemos que
pelo menos 45% da vegetação nativa já foi desmatada. Além disso, tem o
menor índice de áreas protegidas no País. Por fim, o nosso Semiárido
enfrenta uma forte estiagem, a pior seca do Nordeste nos últimos 50
anos.
Períodos de estiagem fazem parte da rotina da Caatinga, sempre no
segundo semestre, não causando prejuízos aos seus ecossistemas,
perfeitamente adaptados. Mas vivemos uma situção incomum, com dois anos
de precipitações extremamente irregulares. A situação se agrava porque o
sertanejo precisa tocar a sua vida e, sem um plano de convivência com
tamanha adversidade climática, acaba aumentando a pressão sobre o seu
equilíbrio.
Esse tipo de comportamento do clima não é inédito. Mas, como a
comunidade científica, reunida no Painel Intergovernamental de Mudanças
Climáticas (IPCC), já vem prevendo um aumento na ocorrência de eventos
extremos em função do aquecimento global, essa possibilidade não deve
ser descartada, embora a confirmação ainda careça de mais estudos.
Por Maristela Crispim