A rede de proteção social que inclui programas de transferência de renda dos governos federal e estaduais tornou menos dramáticos os impactos da seca
no cotidiano da população do Nordeste, mas ainda é incapaz de impedir
que a economia local entre em verdadeiro colapso durante períodos de
longa estiagem. A avaliação é de pesquisadores e autoridades ouvidas
pela reportagem, que identificou em Pernambuco, Bahia e Alagoas uma
realidade atenuada, porém, ainda bastante difícil para o sertanejo que
enfrenta a maior seca das últimas décadas na região.
Na terça-feira passada (2) , em visita a Fortaleza, a presidente
Dilma Rousseff afirmou que, graças às ações de seu governo e do
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, "a face da miséria nessa região
não foi acentuada tão perversamente pela estiagem".
Para o professor João Policarpo Lima, do Departamento de Economia da
Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), a aposentadoria rural e
projetos como o Bolsa Família e o Bolsa Estiagem dão às
famílias do campo, de fato, uma alternativa à produção agrícola quando
as condições climáticas ficam desfavoráveis. Mas a quebra de safras e a
morte de rebanhos provocam efeitos duradouros na economia local.
Na passagem por Fortaleza, Dilma anunciou pacote de R$ 9 bilhões para
medidas emergenciais de enfrentamento da seca no Nordeste. Porém,
prefeitos de municípios do semiárido baiano e produtores agrícolas do
Estado lamentaram o que chamaram de "superficialidade" das ações
anunciadas pela presidente durante reunião da Superintendência do
Desenvolvimento do Nordeste (Sudene). Os administradores das
cidades afetadas pela estiagem, liderados pela União dos Municípios da
Bahia (UPB), resolveram criar um "Movimento dos Sem-Água" e
prometem marchar até Brasília para cobrar "medidas objetivas e
duradouras" para enfrentar a crise. As informações são do jornal O
Estado de S. Paulo.
Fonte: Diário do Nordeste