segunda-feira, 12 de maio de 2014

A UM MÊS DA COPA, BRASIL CONTINUA EM OBRAS E CHEIO DE INCERTEZAS

                                                                                                             Jerôme Valcke, secretário da Fifa


A caipirinha que o secretário da Fifa, Jerôme Valcke, pretende tomar para festejar a abertura da Copa do Mundo no Brasil pode ter um sabor amargo: a um mês do início da competição, as obras ainda se arrastam e ainda há preocupações com a segurança.

O sonho de reformar ou construir 12 estádios ultramodernos para acolher o maior evento de futebol do mundo e mostrar seu potencial de gigante emergente bate de frente com uma dura realidade.

O projeto vem sendo criticado, não apenas pela Fifa, mas também por boa parte dos brasileiros, por conta dos cerca de 22 bilhões de reais que a organização do Mundial custará aos cofres públicos.

A presidente Dilma Rousseff, que concorre à reeleição em outubro, inaugurou quase todos os estádios, mas quatro ainda não foram totalmente concluídos. 

O Itaquerão, de São Paulo, que receberá a partida de abertura entre Brasil e Croácia, a Arena da Baixada, de Curitiba, o Beira-Rio, de Porto Alegre, e a Arena Pantanal, de Cuiabá, continuam em obras a exatos 30 dias do pontapé inicial, previsto para o dia 12 de junho.

"Vivemos um inferno no Brasil", confessou Valcke na semana passada, durante um evento realizado em Lausanne, na Suíça.

Todas as cidades-sede deveriam a princípio oferecer o 4G aos usuários, mas o governo já alertou que o wi-fi não funcionaria bem na metade dos estádios.

Também existe uma grande preocupação em relação ao funcionamento dos aeroportos.

Muitos protestos anti-copa já estão sendo organizados em cidades-sedes da Copa, e há temor de que as manifestações sejam marcadas por episódios de violência, como aconteceu em junho do ano passado, quando milhares de brasileiros foram às ruas em meio à Copa das Confederações.

A estas preocupações se soma um aumento da violência no Rio de Janeiro, cidade que receberá 12 partidas do Mundial, inclusive a final, em 13 de julho no Maracanã.

Desde o início do ano, seis policiais morreram em ataques de traficantes nas comunidades pacificadas.

O governo prometeu que iria mobilizar nada menos que 170.000 policiais, militares e agentes privados para garantir a segurança durante o evento.

Embora a maioria dos brasileiros ainda seja a favor da realização da Competição no país, a percentagem de aprovação caiu muito, de 79% em 2008 a 48% em abril deste ano.
Há seis anos, apenas 10% se dizia claramente contra a Copa, contra 41% hoje em dia.


"O grande fator favorável no Brasil é a população, que sempre responde bem. Uma vez que a Copa começar, a reação pode ser muito positiva", completou.

Muitos se perguntam quais podem ser as consequências políticas caso a seleção brasileira não conquiste o tão esperado hexacampeonato em casa.

Fonte: O Povo