sábado, 12 de janeiro de 2013

NORDESTE CONCENTRA 45% DOS HOMICÍDIOS DE HOMOSSEXUAIS EM 2012; CEARÁ TEVE 6 CASOS

O Nordeste foi a região que mais concentrou homicídios, totalizando 45%, de acordo com o Grupo Gay da Bahia (GGB), mais antiga organização de defesa de homossexuais do Brasil. No Ceará o número não é tão alarmante: ao todo, foram seis homossexuais mortos no estado. As causas foram diversas: por enforcamento, facadas e tiros. O curioso é que alguns casos ocorreram em um quarto de motel.

O GGB divulgou um levantamento, nesta quinta-feira (10), mostrando que foram assassinados 338 integrantes brasileiros do chamado grupo LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transexuais) somente no ano de 2012. O dado representa um crescimento de 27% no número de homicídios na comparação dom 2011 (266 casos). Desde 2005 (81 casos), o montante avançou 317%.

Casos cearenses
Em janeiro deste ano, um professor, 34 anos, foi encontrado morto num motel no Bairro Genibaú, em Fortaleza. Em março, no município de Tianguá, um travesti, 31 anos, foi morto com facadas.
No mês de abril, houve dois assassinatos. O primeiro aconteceu em Eusébio, com um travesti de 24 anos. O segundo foi em Jijoca de Jericoacoara, quando um homem, 36 anos, foi encontrado morto em sua casa, com uma facada no peito.
Os últimos casos ocorreram em julho (quando um homem foi encontrado morto em um motel, no município de Sobral) e dezembro (quando um rapaz de 18 anos foi enforcado, em Maranguape).

Levantamento nacional
A pesquisa apontou que o estado de São Paulo registrou o maior número absoluto de assassinatos de homossexuais, com 45 casos, seguido de Pernambuco, com 33, e Bahia, com 29. O levantamento, porém, aponta Alagoas como o estado mais perigoso para integrantes do grupo LGBT, com 5,6 homicídios de homossexuais por grupo de 1 milhão de habitantes (18 casos no total), seguido por Paraíba, com 4,9 assassinatos por milhão de habitantes (19 casos) e Piauí, com 4,7 mortes por milhão de habitantes (15 casos).
De acordo com o levantamento, em apenas 89 casos, dos 338, o autor do homicídio foi identificado – e apenas 24 deles foram presos.

O estudo
O levantamento, feito há três décadas com base em reportagens publicadas em todo o país e informações coletadas por Organizações Não-Governamentais (ONGs), inclui suicídios, casos em que as vítimas foram confundidas com homossexuais e mortes de brasileiros no exterior.

Fonte: Jangadeiro Online